OS ATRAVESSAMENTOS ECONOMICOS CAUSADOS PELA COVID 19
Ana Paula de Almeida
Atílio Viviani Neto
Hanna Thryccia de Almeida Oliveira
Jill Margarete Rodrigues Feitosa de
Sousa Santos
Durante a pandemia nosso modo de viver foi
reajustado, em várias dimensões, como no aspecto econômico, no político e no social.
A partir do momento em que os organismos internacionais de saúde, como a
Organização Mundial de Saúde (OMS) definiram a situação como “Pandêmica” e os
agentes desses organismos orientaram os governantes dos Estados-Nações a decretar
isolamento social ou “lock down”, as pessoas mudaram seus hábitos, suas idas e
vindas, e, locais que eram visitados cotidianamente como áreas públicas, restaurantes,
lanchonetes ou lojas, foram repentinamente esvaziados.
No campo econômico, as consequências foram
sentidas em diversos setores tais como: no mercado financeiro, no mercado de
trabalho, no aumento do desemprego, quebra da cadeia produtiva e falência de
empresas. A norma informativa analisa que:
Consideramos como
“curto prazo” apenas o 2º trimestre de 2020, uma vez que ele deverá concentrar
os impactos econômicos imediatos da quarentena. Além disso, adotamos uma
metodologia predominantemente contábil. A abordagem contábil apresenta
vantagens sobre as abordagens baseadas puramente na extração de padrões
históricos (métodos estatísticos/econométricos) especialmente em momentos
atípicos (cenários com características muito distantes das observadas até
então).
As empresas, para contornar a situação e
reduzir o impacto tiveram estratégias diversas, e de acordo com estratégias
próprias implementaram mudanças em suas rotinas tais como: modificação de carga
horária, redução do quadro de funcionários por demissão ou afastamento, férias
coletivas e algumas optaram por home office, ficando abertos somente serviços
essenciais.
Como é apontado pela norma informativa de
13 de maio de 2020 “É fato que essa pandemia é ímpar na nossa história, pois
além de ceifar muitas vidas, pode produzir efeitos econômicos devastadores em
um único trimestre, algo que algumas recessões anteriores levariam períodos
mais longos para fazê-lo.”
Segundo uma pesquisa do IBGE 716,4 mil
empresas foram fechadas até a primeira quinzena de julho, sendo 99,8% pequenas
empresas e 0,2% médias empresas. Empresas fecharam por falta de liquidez
causando uma ruptura na economia.
Cerra e Saxena (2008) discutem o ritmo de
recuperação do PIB em dezenas de países após mais de 600 episódios de recessão.
Tais episódios possuem naturezas diversas: guerras, crises financeiras,
rupturas governamentais e mudanças nos termos de troca. Os autores mostram que
a economia raramente retorna à trajetória de crescimento anterior ao choque. Os
autores também mostram que o ritmo de retomada varia em função da renda do país
e da natureza da crise. Em especial, crises financeiras tendem a ser muito
custosas para o crescimento, e países com renda mais baixa apresentam
recuperações mais lentas.
As pequenas empresas compõem uma
engrenagem essencial para a economia, elas geram milhares de empregos, e
movimentam a economia, quando elas quebram as consequências geram um problema econômico
e social e a intervenção Estatal nesses casos se torna fundamental
Com o aumento do desemprego e
desequilíbrio da economia o governo criou o auxílio emergencial, para atender
famílias de baixa renda, e outros auxílios foram criados para fomentar as
empresas, como o Pese (Programa Emergencial de Suporte a Empregos) e o Pronampe
(Programa Nacional de Apoio às Microempresas de Pequeno Porte).
Devido a burocracias legais, esse dinheiro
demorou a chegar às mãos dos pequenos empresários, sendo que na grande parte o
dinheiro nem chegou, pois após três meses do início do programa, somente 11% do
dinheiro havia sido liberado.
Em Cuiabá foi liberado a categoria dos
feirantes, ambulantes, transporte escolar, carroceiros e catadores de
recicláveis, já inscritos na Prefeitura de Cuiabá um auxílio temporário
(Programa renda solidária) no valor de R$ 500, sendo beneficiados cerca de
1.687 trabalhadores. Esse valor foi repassado por três meses, tendo início no
mês de maio.
A categoria acolhida por esse auxílio
compõe uma faixa importante da economia local, são com esses pequenos
empreendedores que o dinheiro gira, “aquecendo” o consumo familiar, proporcionando
uma variedade de opções, alimentando o mercado.
Ainda não é possível estimar a amplitude
dos danos causados pela pandemia, porém quanto mais tempo durar a pandemia, maior
será o tempo necessário para a economia se recuperar.
Os impactos
econômicos da crise do coronavírus são diretamente relacionados à determinação
do isolamento social e podem ser decompostos em três componentes: impacto
imediato diante das restrições à produção e ao consumo; duração do período de
recuperação; e impacto sobre a trajetória de longo- prazo da economia. Quanto
mais longo o período de isolamento, maiores serão os custos nessas três
dimensões. (Fonte: Norma informativa)
As
estimativas para 2021 são de que naturalmente o crescimento será maior, e mesmo
com um crescimento potencial para o próximo ano não significa uma recuperação,
mas sim um resultado do deterioramento de 2020. Até o segundo semestre de 2021 o
cenário de retomada prevê uma redução do PIB semanalmente de quase R$ 5 bilhões,
esse valor se torna mais alarmante quando é considerado uma queda de 10% do
PIB, nesse caso as quedas seriam de R$ 10 bilhões por semana.
Nesse
cenário histórico de crise multidimensional, fica evidente a necessidade de
projetos governamentais junto com setores de pesquisa e a sociedade civil, para
dessa forma criar ambientes econômicos favoráveis e dinâmicos, afim de evitar
maior vulnerabilidade de camadas populacionais precarizadas e injustiçadas
historicamente e que por meio de observações técnicas mais detalhadas, são os
que primeiro sucumbem e mais sofrem em momentos de instabilidade política,
econômica e social.
REFERÊNCIAS
G1
MATO GROSSO. DISPONÍVEL EM: <https://g1.globo.com/mt/mato
grosso/noticia/2020/05/18/primeira-parcela-de-auxilio-de-r-500-da-prefeitura-deve-ser-paga-em-maio-em-cuiaba.ghtml>.
ACESSO EM: 14/08/2020
NEXO
JORNAL. DISPONÍVEL EM: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/07/20/Qual-o-impacto-a-longo-prazo-do-fechamento-de-pequenas-empresas>.ACESSO
EM: 14/08/2020
NOTA
INFORMATIVA, Impactos econômicos da COVID-19. 13 de maio de 2020.
Trouxeram dados factuais impactantes, mas gostaria de ver mais a "assinatura do grupo" refletida em análises
ResponderExcluirRealmente, as pequenas empresas, essenciais para nossa máquina econômica, são as que mais sentem os impactos econômicos diretos da pandemia, e - diferente de grandes empresas - as que têm mais dificuldades de apoio Estatal.
ResponderExcluirEsse texto retrata de forma precisa as consequências da pandemia do covid19 e suas influências no hábitos do cotidiano, as mudanças e estratégias das pequenas empresas em busca da sobrevivência e também os programas criado pelo governo na tentativa de criar ambientes econômicos favoráveis.
ResponderExcluirBoas conexões e percepções acerca do impacto nas pequenas empresas no universo local (Cuiabá/MT).
ResponderExcluirTodavia, conforme comentou Pimpona, também gostaria de ver mais a "assinatura do grupo".
Achei uma boa análise da conjuntura atual, vejo elementos muito bem apresentados, mas só faço uma ressalva quanto ao dito efeito no mercado financeiro, pois acredito haver controvérsias quanto aos efeitos reais da pandemia neste setor, podemos encontrar muitos ganhos e lucros a partir deste quadro de crise que estamos passando.
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