Pandemia de Covid engole o projeto contemporâneo do Estado de Bem Estar Social
Ana Paula de Almeida
Atílio Viviani Neto
Hanna Thryccia de Almeida Oliveira
Jill Margarete Rodrigues Feitosa de Sousa Santos
O Estado de Bem Estar Social,
ou Estado social, nasce na década de 1880, na Alemanha, com Otto von Bismarck, como alternativa ao liberalismo econômico
intenso e com intuito de se contrapor ao socialismo e evitar possíveis
distúrbios devido a grandes injustiças sociais provocadas pelo início do
capitalismo e intensificação da revolução industrial.
Nas décadas seguintes influenciaria
a maior parte dos países da Europa ocidental, impulsionando teorias e
promovendo debates acadêmicos para sua ampliação por meio de políticas
públicas.
É um tipo de organização Estatal, que
conduz a econômica, a política e a cultura, posicionando o Estado como agente responsável da promoção social e
organizador da economia. Por meio dessa forma institucional, o Estado é o
agente regulamentador de toda a vida e saúde social, política e económica do
país, em parceria com empresas privadas e sindicatos, em níveis e intensidades distintas, variando de país
para pais, de acordo com as orientações dos poderes constituídos. Cabe, ao
Estado de bem-estar social, garantir serviços públicos
(educação, segurança, saúde, moradia, infraestrutura, entre outros) e
proteção à população, provendo dignidade das populações de uma nação.
Pelos princípios do Estado de
bem-estar social, todo indivíduo tem direito, desde seu nascimento até sua
morte, a um conjunto de bens e serviços, que deveriam ter
seu fornecimento garantido seja diretamente através do Estado ou indiretamente
mediante seu poder de regulamentação sobre a sociedade civil. São as chamadas prestações positivas ou
direitos de segunda geração, em que se inclui gratuidade e universalidade
do acesso à educação, à assistência médica, ao auxílio
ao desempregado, à aposentadoria, bem como à proteção maternal, à infantil e à
senil.
Os estados de bem-estar
sempre diferiram de país para país. Em 1990, Gøsta Esping-Andersen, um
sociólogo dinamarquês, descreveu três variedades do Estado de Bem Estar, e são
eles:
·
As versões
“social-democratas” na Escandinávia, com tributos altos e benefícios
universais;
·
Os estados de
bem-estar anglo-americanos, com tributos baixos e que enfatizam a garantia de
um mínimo existencial e não benefícios universais;
·
Os modelos
mistos, como os da Alemanha, que foram construídos em torno do princípio contributivo.
E com a pandemia que enfrentamos
agora em 2020 e ao que parece continuaremos imersos ainda, as ideias mais
liberais e do “homem que se faz sozinho” ou “Empreendedor” advindas do conceito de self
made man¸ criada em 1832
por Henry Clay, no Senado dos Estados Unidos, para descrever indivíduos cujo
sucesso reside nos próprios indivíduos, não em condições e apoios externos, cai
por terra quando observamos atônitos sistemas de saúde sofisticados como da
Suécia, Itália, Espanha, Inglaterra etc, com mortos acumulados em tendas e
colapsos multidimensionais nas estruturas de saúde, e os Estados Unidos sem
saúde pública, acumular corpos em caminhões, e pessoas atendidas pelo sistema privado
e que sobreviveram, acumular dividas de centenas de milhares de dólares,
tornando-os servos involuntários de sistemas político- econômicos que se
distanciam cada vez mais dos valores criadores da invenção eurocêntrica de
Estado-Nação.
Diversos são os impactos causados pela
Covid 19, dentre eles, existem aqueles que pouco são analisados quando cada
país, estado e região buscam meios de prevenção e combate do avanço do vírus.
No início da pandemia em março de 2020, os pesquisadores alertaram que pelo
menos 1.700 dos estimados 568.000 desabrigados do país poderiam morrer de
COVID-19. Os sem-teto são uma das populações mais vulneráveis na pandemia do
coronavírus, mas são vítimas invisíveis da crise.
Apenas cerca de uma dúzia de estados
reconheceram suas populações sem-teto quando emitiram ordens de permanência em
casa. Dentre outros fatores que sofrem grande influência da pandemia são
os que acontecem enquanto dura o isolamento. O aumento em casos depressivos,
ansiedade, alcoólatras e outros que até ocasionam mudança de residência para
outra cidade em forma de prevenção.
A era digital vem ganhando cada vez
mais força com o isolamento, desde forma trabalhista como uma forma de encontro
virtual social em família, amigos etc. Esse tem sido um meio também de
entretenimento e um meio de não proliferar o aumento de casos fazendo com as
pessoas tenham acesso a tudo que precisarem resolver em seu dia a dia, porém
sabemos que vivemos em um mundo dividido por classes sociais financeiras e
infelizmente, por mais que existem maneiras
para driblar todo esse caos, nem todos tem condições de ter acesso.
A
quarentena colocou em evidencia as desigualdades sociais de nosso país, os desabrigados,
as famílias que vivem em estado de pobreza, todos aqueles que perderam seus
empregos, aqueles que não possuem acesso a aparelhos eletrônicos e internet de
qualidade, que ficam impossibilitados de exercer home office ou estudar à
distância.
Não se sabe ao certo quanto tempo a pandemia
irá durar, por isso é necessário pensar em como reduzir (ou impedir o crescimento)
da crise causada e as desigualdades sociais, resgatando aqueles que se
encontram em situação de vulnerabilidade.
Em um momento como esse o importante é
cuidar de si e do próximo, fortalecer vínculos, se auto conhecer, ajudar e ser
ajudado, o homem é um ser que cria vínculos afetivos desde antes de seu nascimento,
estes vínculos afetam todas os outros aspectos de nossas vidas, e com as novas
tecnologias é possível estabelecer esses vínculos de forma virtual, o que
infelizmente nos leva ao problema inicial da desigualdade social.
O texto ficou um pouco truncado por possuir dois eixos não tão bem costurados entre si. Talvez a inclusão de exemplos, como elemento de ligação (e exemplificação de um eixo no outro) pudesse ter colaborado para melhor desenvolvimento das ideias. Fica como sugestão para o próximo exercício.
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